Artista ironiza consumismo com pílulas grifadas

Eu já tinha dado uma prévia, quando postei na página uma das fotos do artista contemporâneo Johnathan Paul, que continha uma cartela de pílulas da Chanel. No post eu disse que era pílula do bom gosto. Mas não é bem assim. Além da Chanel, tem YSL, Hermés e Louis Vuitton.

O consumismo exagerado fez Paul tomar a atitude de reproduzir o vício em "drogas legais" comparando-o com o consumismo que a gente vê todo dia alguém fazendo. Mulheres que gastam quatro dígitos em uma bolsa, mas não param pra pensar que a maioria das famílias brasileiras vive um mês todo com aquele dinheiro que ela gastou num pedaço de couro, (que é um bicho morto. Pois eles matam um animal só pra você se achar prazamiga... Tenso!).
É realmente uma questão a ser discutida, pois as grifes só fazem tudo o que fazem (desde preços exorbitantes a testes em animais), pois tem mercado pra isso, ou seja, é porque ainda tem gente consumindo errado.
Digo errado pois não é porque você monta no dinheiro, que tem que sair gastando com futilidades. Tem projetos e ongs que pedem pra você adotar uma criança nordestina que passa fome todo dia, oferecendo apenas 42 reais por mês. Mas tem mulheres que ainda preferem gastar R$400 numa blusinha que vai usar umas 5x.
Sabe, temos que pensar bem nisso. Não muito longe de você, existem pessoas que estão passando por dificuldades imensas. E sustentando esse mercado, você não está ajudando, muito pelo contrário, apenas piorando tudo.
Quer gastar? Gaste com cultura, pois de uma maneira ou outra, você vai se dar conta de que, consumismo exagerado serve pra "preencher vazio" que na verdade nada mais é do que um grande buraco negro, que tu nunca vai conseguir preencher.
Eu poderia fazer um post enorme sobre isso, poderia ficar horas aqui escrevendo e dando mil motivos pra você não gastar dinheiro em roupas como se não houvesse amanhã. Mas eu não preciso. Como disse antes, não está muito longe você. Basta olhar para os lados e ver como o nosso país e o resto do mundo está precisando de humanismo. E não de dinheiro.
Quando Paul fez esta arte, ele queria mandar uma mensagem, de que o nosso século, se não houver controle, será só uma versão dos séculos passados: gente morrendo em nome de um pedaço de papel.

Imagens: Vogue.